O estilo tie-dye foi popularizado pelos hippies na década de 60, mas essa forma de design que consiste em amarrar e torcer o tecido anteriormente ao tingimento, surgiu muito antes e possui suas raízes em diferentes lugares espalhados pelo mundo. Da China ao Peru, a presença desse processo de criação existe e expressa – além de tudo – a cultura e as peculiaridades de cada** lugarzinho** espalhado por aí!
O tie-dye possuí suas raízes na Índia, onde é conhecido como bandhani, e no Japão – recebendo o nome de shibori. Além desses dois países, Indonésia, Nigéria e Peru também possuem em suas tradições a fabricação de padrões de cores em diversos tecidos. Todas as técnicas consistem na amarração das peças antes do processo de tingimento, assim, as áreas que não foram tingidas formam desenhos e formas.
O shibori funciona como as câmeras analógicas, ambos fazendo parte da arte do inesperado, já que, nunca é possível saber o resultado antes da finalização. No shibori a manipulação do tecido pode ser de diferentes formas: torcido, dobrado, costurado ou amarrado. Todas elas impedem a penetração do corante nas roupas e permitem que diferentes estampas sejam criadas, de acordo com a absorção da tinta.
Já o bandhani, recebe esse nome porque tem origem na palavra “banda”, em sanscrito, que significa amarrar. A técnica existe na Índia desde 4000 a.C. e, também se baseia na cobertura de alguns pedaços do tecido com linhas, de acordo com as formas geométricas que desejam ser criadas.
A disseminação desse processo permitiu que, depois de um tempo, os designs fossem presentes nos palcos com Jimi Hendrix e John Sebastian, além de fazer parte do lifestyle da cantora Janis Joplin, que disse que “dormiria com o satã em seus lençóis de tie-dye”. Já nos anos 80, quando vários estilistas dos anos 60 e 70 foram rejeitados, a técnica de tingimento perdeu sua popularidade (mas como sabemos não existe nada mais A-temporal que a moda).